sábado, 30 de janeiro de 2010

Como se fosse a primeira vez

Todo escritor tem uma fonte inspiradora, pode ser uma pessoa especial, uma história de amor ou até mesmo um fatos do cotidiano. Li há pouco tempo uma reportagem de Letícia Mendes chamada O guardião de memórias, e a história relatada me encantou. É de uma beleza e romantismo sem tamanho.
A reportagem conta a história de amor de Gino e Wanda (87 e 83 anos, respectivamente). O esposo escreveu a biografia da amada para que as lembranças não se percam no tempo e durante o avanço da doença de Wanda, o Alzheimer, uma enfermidade neurodegenetiva que provoca a perda progressiva de memória.
O livro do apaixonado Gino recorda o amor de sete décadas vivido pelo casal. Entre letras e fotos os momentos são relatados para Wanda, que já não caminha e tem dificuldades para se comunicar. Residem em Encantado–RS, não poderia ter outro cenário.
Quem não chorou ou pelo menos engasgou ao ver o filme Como se fosse a primeira vez onde a personagem Lucy (Drew Barrymore) vive uma linda história de amor e no dia seguinte não se lembra de nada. Henry (Adam Sandler) encontra uma maneira de fazer Lucy reaver lembranças, passa a produzir vídeos onde conta os principais acontecimentos após o acidente que provocou a doença da amada, entre eles o seu casamento e a maternidade. Assim todas as manhãs ela recorda sua história e se apaixona como se fosse a primeira vez.
São poucas as pessoas que se dedicam integralmente a um amor, tamanha são as exigências do trabalho, rotina e compromissos. O que valerá mais no fim da vida: ter tido uma carreira brilhante ou viver uma linda e longa história de amor?
O filme americano e a história do guardião de memórias são a inspiração dos românticos inveterados, aqueles que ainda acreditam que a vida pode ser fascinante quando duas pessoas se amam de verdade, são palavras do apaixonado escritor Gino.