quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Infância, um tesouro a descobrir

A infância está cada vez mais ameaçada, através da violência, da sexualidade acentuada e incentivada em crianças pequenas e o jogo de empurra dos responsáveis pela educação.
Tenho convivido com crianças e educadores diariamente, isso promove incríveis aprendizagens e trocas, onde percebo que educar está muito difícil e apavorante tanto para os pais quanto para professores.
A violência é um grande problema presente na realidade de muitas crianças. Existem vários tipos de violência e todos eles causam uma reação defensiva na criança. Quando se aproximam de outros colegas, muitas vezes empurram, batem os ombros em quem se aproxima, não demonstram amizade e carinho pelo outro. Estão se defendendo, se protegendo da maneira como aprenderam, viram ou acham apropriado.
Outro fator relevante é a aceleração no desenvolvimento da sexualidade, ou melhor, o interesse se amplia de acordo com a intensidade de estímulos que recebem, e não são poucos. As imagens na televisão, fotos e vídeos nas redes sociais são apontadas como os maiores agravantes.
Porém, a orientação e garantia dos direitos da criança dependem principalmente da família. É preocupante que essa responsabilidade tem sido delegada apenas às escolas, como se as quatro horas diárias que as crianças passam nas instituições fossem suficientes para a sua formação integral enquanto ser humano. Educação vem de casa, a escola é a continuidade. E como é difícil continuar algo que começou errado, debater valores.
Uma amiga, também professora, reclamava das constantes mentiras e irresponsabilidade de seus alunos em mais uma volta de recreio escolar conturbada:
- Quem chutou a canela do fulano? Fui eu? Claro que foi. Também fui eu quem derrubou o beltrano na pracinha.
E ficou surpresa que mesmo após a dramatização excêntrica aos alunos, permaneceram todos com a famosa cara de paisagem, como se tudo fosse muito normal, ignorando todas as suas responsabilidades e culpas como os vilões das telenovelas.
As crianças só precisam ser crianças! Está na hora de resgatar a simplicidade, criatividade e alegria da infância. Jogar e brincar com amigos, acampar no pátio de casa, pular amarelinha, elástico, jogar bola de gude, empinar pipa, jogar futebol no campinho, pular corda, jogar peteca, brincar com vai e vem e bilboquê. E assim quando chover e fizer muito frio, o futebol até pode ser transferido para o vídeo game.

terça-feira, 15 de março de 2011

Dê preferência à vida

    A todo o momento presenciamos novas catástrofes resultantes de tempestades, terremotos e maremotos. Junto com bens materiais vão-se vidas e muitos sonhos interrompidos. Mesmo com tantos desastres acontecendo no mundo, acredito que o desrespeito à vida ainda é a maior ameaça para a humanidade.

    Como grande exemplo de egoísmo e intolerância está a guerra diária das ruas. O trânsito deveria ser um espaço de convivência seguro e eficaz, porém as estatísticas nos mostram que milhares de pessoas são vítimas fatais e outras tantas sofrem em vida com sequelas do desafio urbano de locomoção em segurança. Sofremos em doses homeopáticas, enquanto morrem centenas em decorrência de um desastre ecológico são 213 pessoas mortas no Brasil no último feriado de carnaval, resultantes dos quatro mil acidentes registrados segundo a revista Exame, de 10 de março deste ano. Vale ressaltar que são contabilizadas apenas as mortes instantâneas, deixando fora das estatísticas aqueles que falecem em decorrência dos acidentes. Não percebemos que pequenos descuidos e decisões erradas podem causar tanto sofrimento.

    Pode ser uma curva em alta velocidade, uma ultrapassagem arriscada, um descuido, sono, uma discussão pela preferência na passagem. Motivos fúteis? Pode ser, mas provocam catástrofes, tempestades das piores.

    A intolerância e desrespeito ao próximo chegou ao ponto de um motorista gaúcho jogar para cima, literalmente, ciclistas que realizavam um protesto em Porto Alegre em fevereiro deste ano. Pressa? Medo de represálias? Não importa. Por milagre, nenhuma vítima fatal. Infelizmente, muitos feridos.

    Sem precisar sair de Uruguaiana, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, deparei-me com um lamentável acontecimento. Estava fazendo treinamento no micro-ônibus da autoescola, parei num cruzamento e o motorista que conduzia um carro identificado com adesivos de uma empresa local, começou a buzinar intermitentemente. Quando concluí a conversão devidamente sinalizada, observei pelo retrovisor o gesto obsceno do condutor.

    O que eu deveria fazer? Avançar sobre os outros veículos com preferência de passagem? Começar uma briga com o condutor mal educado? Apenas reclamei para a empresa proprietária do veículo, porém o responsável pela mesma possivelmente fosse o motorista impaciente.

    O ser humano tem a capacidade ser tão violento e fatal quanto um tsunami, pois possui emoções descontroladas que podem ser uma ameaça de posse de uma arma de fogo, ou diante do volante de um veículo.

    Se um curso de formação de condutores não é suficiente para mudar a forma de agir e pensar de uma pessoa, são necessárias novas ações que busquem a sensibilização dos pequenos, crianças que ainda estão construindo sua personalidade e hábitos. Deixo neste espaço a minha indignação e revolta aos assassinos e intolerantes do asfalto.

    Veja também:

http://exame.abril.com.br/economia/brasil/noticias/acidentes-de-transito-durante-carnaval-matam-213-pessoas-no-brasil


sábado, 29 de janeiro de 2011

Difícil assumir que Te Amo

   Pensamentos do dia em que arrisquei dizer a frase temida, quase foi o fim, resta saber se hoje é um começo ou a continuidade.



    Enfim as barreiras foram quebradas. Mais de um ano se passou desde o primeiro encontro, porém nada que pudesse aprofundar a relação poderia ser dito.


    Entre muitos assuntos discutidos, outros eram evitados: Antigos namoros, futuro da relação e sentimentos comuns.

    Na cabeça dela um vai-e-vem de dúvidas, pensava, tentava codificar aquilo que sentia. Imaginava que ele sentia o mesmo, e às vezes tinha certeza que não era correspondida.

    Ensaiava frases, desconstruía frases, temendo mais uma relação mal sucedida, perda da liberdade a pouco conquistada, uma traição ou rejeição repentina. Despedia-se: Até nunca mais.

    Em frente ao computador admirava o perfil do amado, enquanto aguardava um e-mail ou ser chamado no bate-papo.

    Idas, vindas, investigações sigilosas sobre a fidelidade do pretendente a sabe-se lá o quê. Conselhos de amigas, pensamentos, delírios e novamente encontros.

    Sem perceber, sem raciocinar, sem ponderar arriscou um recado. Ficou surpresa em ler a resposta, enfim se libertou.

Eu te amo.

    Que seria essa frase? Um começo? Um fim? A continuidade?