quarta-feira, 21 de julho de 2010

Muito mais que professoras





   São eles os responsáveis pela formação de profissionais conceituados, pela inserção das crianças no mundo da escrita. Entre outras habilidades, suportam o julgamento de leigos culpando-os pelo fracasso escolar. Isso mesmo são os professores.

   Numa conversa informal com colegas de trabalho ouvi histórias inacreditáveis sobre seus professores. Imaginem só uma professora de séries iniciais (décadas de 70 e 80) que assustava seus alunos dizendo haver uma kombi que pegava sangue de crianças e um bandido chamado Leão cortava com gilete quem ficava na frente da escola após a aula. Foi o que relatou uma colega, descrevendo, ainda, que ia para casa correndo de mãos dadas com uma amiga, quando passavam por alguma Kombi ficavam em pânico e choravam muito. Outra triste história foi de um colega cujas orelhas eram puxadas toda vez que conversava durante a aula, algumas vezes a professora batia na mesa com uma régua de madeira para assustá-lo, era falar com o colega do lado para levar aquele puxão de orelha, literalmente.

   Posso me considerar uma pessoa imensamente sortuda, pois tive professoras incríveis, em especial na pré-escola e primeiros anos do ensino fundamental. Como esquecer a Tia Isabel que nos ensinava cantigas, acompanhava na realização de trabalhos, organizava a fila para a higiene, tudo com voz baixa, firme e sem agressões. Ela sabia o nome do todos, mesmo que já tivessem passado anos. E a Tia Ester? Era atenciosa, delicada, falava bonito (tudo certinho) e parecia as Barbies que eu colecionava com seus cabelos longos repleto de cachos nas pontas.

   Talvez a imagem que guardei das professoras tenha influenciado na minha escolha profissional. Quando criança tinha fascinação por quadro negro e giz. Hoje formada no Curso Normal (Magistério) e cursando ensino superior em Pedagogia, reafirmo meu desejo de fazer a diferença e educar com toda a dedicação que um dia recebi.

   Os papéis mudaram, a família batalha para manter o sustento da casa e as crianças passam a maior parte do tempo nas escolas (atividades extracurriculares, oficinas, etc.), situação que transforma o professor em super, ultra, mega-herói, responsável também pelo desenvolvimento afetivo e moral de seus alunos. A tarefa é árdua, mas não queremos ser vistos como os professores indiferentes e agressivos descritos por meus colegas, não é? Devemos fazer o melhor para sermos guardados com carinho nas lembranças e coração daqueles a quem nos dedicamos.

Um comentário:

  1. Oi Bruna! Passei para te dar os parabéns pela tua formatura. É mais uma conquista em tua vida, mais uma de muitas outras que virão. Quero te desejar também um feliz e abençoado ano novo, repleto de alegrias e sucessos. o texto sobre o marília está em meu blog. Beijos...

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